CURITIBA – Escrevo, pois certamente há, nesse momento, muitos homossexuais que sofrem por crer em um Deus que os condena ao inferno. Experienciam a tristeza da rejeição, a culpa, o medo, a frustração, a vergonha e a dor que, afirmo-lhes, não deveriam estar relacionados a Deus, e, sim, a consequências de uma sociedade opressora que ergue a Bíblia dizendo inverdades em nome de Deus, somente para encontrar ou fabricar apoio espiritual para fundamentar seus próprios pré-conceitos ou desconforto diante do medo de algo que desconhecem.
As consequências de uma cultura opressora, cuja restrição se revela na recusa de permitir que um homem ame outro homem ou uma mulher ame outra mulher, mostram-se desastrosas na mente dos homossexuais. Para muitos adolescentes homossexuais, não há nada em suas vidas capaz de fazê-los se sentirem íntegros.
Contudo, é certo que, para Jesus, não havia diferença entre seu povo, todos mereciam igual tratamento, sendo a “diferença humana” tratada como uma construção da criação divina. Vemos em Gálatas 3:28: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus".
Sem referência – Assim, para entendermos melhor a indiferença de Jesus no que diz respeito a este assunto, basta procurar no Novo Testamento alguma citação, onde ele expressa sua indignação em relação à homossexualidade. Certamente não encontraremos. Mas por quê? Simplesmente porque para Jesus, a homossexualidade e os atos homossexuais estáveis – assim como os atos heterossexuais duráveis –, não eram tema de discussão, tanto que não mereceram ser mencionados.
Jesus Cristo, vindo a este mundo para nos salvar por meio do sacrifício e não da misericórdia, tornou-se, assim, o elo entre a criação e o Deus do Velho Testamento que, a partir desse momento, tornam-se por meio do mediador (Jesus), unidos em amor. Notemos em Efésios 2:12: "Que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo"; (Efésios 2:13) "Mas agora em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto"; (Efésios 2:14) "Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio".
Fundamentalismo – Portanto, é impressionante como Jesus nos vê de forma diferente do que o fundamentalismo religioso insiste em afirmar, ao contrário do que a sociedade – ao segregar um indivíduo –, persiste em fazer conosco. Para Jesus – que se revela o próprio Deus –, o que importa, realmente, é o que somos. Paulo, ao expressar: “Sou o que sou pela graça de Deus, e a sua graça para comigo não foi em vão” (I Coríntios 15:10), sendo feliz no que afirmava, passou a imagem correta de que somente através da Graça, e não por nosso próprio esforço, estamos com Cristo, somos feitos com um propósito, portanto, devemos acreditar no seu amor para conosco, viver uma vida justa e reta perante de Deus e se apegar somente a ele, crendo em sua breve volta.
Livre da opressão – Dessa maneira, Jesus nos traz boas novas, sendo sua vontade a de que nós, seus filhos, sejamos livres da opressão e da injustiça. Para ele, nós não devemos viver o tormento da alma, praticando algo imposto pela sociedade e que não fora planejado para a nossa vida, pois nos conhece desde antes de sermos formados e sabe a forma exata como fomos criados: "Os teus olhos viram o meu corpo ainda informe; e no teu livro todas estas coisas foram escritas; as quais em continuação foram formadas, quando nem ainda uma delas havia" (Salmos 139:16).
Então, dessa maneira, acreditemos e sejamos cristãos de verdade, e não meramente religiosos. O cristianismo tem como essência o amor, capaz de ultrapassar os preconceitos, de transcender a própria existência, para tão somente conseguir enxergar um indivíduo na sua forma mais plena de ser e despender a compaixão. Chamar uma pessoa hétero ou homossexual é apenas se referir ao modo pelo qual ela foi criada para amar. Portanto, peça a orientação de Deus - através da oração -, para que suas atitudes estejam de acordo com a vontade dele e que alegrem o coração do Criador.
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Tom Mayan é graduado e especialista na área de Ciências da Saúde. Possui conhecimentos em Psicologia, é gay e cristão, colunista do site Maringay*
Serviço:
Ser Gay e Cristão É Possível!; Site: www.sergayecristaoepossivel.com; Contato: sergayecristaoepossivel@hotmail.com