A Exodus Internacional é um grupo dedicado a converter gays em heterossexuais, através, de acordo com eles, "do poder de Jesus Cristo". Agora, um dos porta-vozes do Exodus, Alan Chambers, dos mais conhecidos ativistas anti-gay - ele próprio um "ex-gay" - acaba de revelar que mesmo depois de anos de intensa terapia religiosa, não conseguiu curar sua homossexualidade.
De acordo com o jornal americano Los Angeles Times, durante uma conferência na Concordia University, nos Estados Unidos, Chambers disse que não celebraria mais o fenômeno ex-gay e declarou, inclusive, que nunca encontrou um ex-gay em sua vida. Declarou ainda que, apesar de ser casado e ter filhos, ainda tem que controlar sua "tentação homossexual". "Não há maneira de mudar completamente", disse Chambers.
Chambers não foi o primeiro "ex-gay" a questionar o controverso tratamento. Michael Bussee, que fundou o Exodus, apaixonou-se por outro "ex-gay" e declarou ao LA Times que está acontecendo uma mudança no mundo teológico e médico, "algo positivo", disse ele. A matéria do jornal diz ainda que 42% dos americanos acreditam que a homossexualidade seja inata, ou seja, não poderia ser revertida.
No entanto, apesar de Bussee não se dedicar mais a "curar gays", agora desenvolve coisa parecida: terapias para "ajudar" gays a controlarem seus desejos, mesmo que seja necessário, para isso, viverem no celibato. Para ele, é um direito de seus clientes tentarem impedir os desejos, uma vez que não estão satisfeitos com eles.
O professor da reconhecida Columbia University, David Spitzer disse: "Já que a homossexualidade não é uma doença mental, receitar uma mudança de comportamento não é correto. Contudo, ninguém pode tirar o direito das pessoas de fazerem esforços em mudar seus comportamentos, se não estiverem felizes consigo mesmas."