Balian Buschbaum salta a barreira do gênero
Nasceu Yvonne, e foi uma das melhores saltadoras à vara internacionais – com um salto recorde de 4.70 metros, está no 10º lugar do top absoluto. Buschbaum e Annika Ecke foram as únicas atletas alemãs que conseguiram desafiar a hegemonia das russas, campeãs internacionais na modalidade. Aos 27 anos, e depois de uma vida inteira sentindo-se no papel e corpo errados, anunciou aposentadoria para começar a transição para o masculino.
As lesões frequentes no tendão de Aquiles foram a outra razão apresentada para a retirada da competição, mas o ex-atleta acabou por admitir que o sofrimento que a permanência num papel feminino lhe trouxe, foi a principal razão para por um ponto final à carreira desportiva. Durante os anos como saltador à vara, foi acumulando uma colecção de medalhas invejável: em 1998 e 2002, nos Campeonatos da Europa (bronze), em 2000, um sexto lugar nos Jogos Olímpicos de Sidney; em 2001, outro sexto lugar nos Mundiais de pista coberta em Lisboa; e em 2003, novamente um sexto lugar nos Mundiais de Paris.
No site oficial, o ex-atleta disse que 'há anos que me sinto num corpo alheio. Sou um Homem que vive num corpo de Mulher', e culpou a lesão nos tendões no seu conflito de identidade e corpo: 'É uma lesão física, mas reflexo de algo que não funciona bem no interior'. Anunciou também que ia começar a terapia hormonal em breve, o que impediria também a sua permanência 'legal' na competição (a testosterona tem um efeito muito tangível na massa muscular e resistência), e afirmou que estava consciente que a Transsexualidade ainda é um 'assunto tabu, mas quero ajudar a mudar isso'. Tim Lobinger, um colega de competição, comentou bem-disposto, numa entrevista para o jornal alemão Bild, que “é preciso ter-se 'tomates' para tomar esta decisão, e desejo-lhe a melhor sorte para o seu futuro”.